BNEI ANUSSIM E OS CRIPTO-JUDEUS

ADAM IASHEN KAN VE-ROECH CHALOM BE-HISPAMIA…’ –  ‘O HOMEM DORME AQUI E VÊ SEU SONHO NA ESPANHA (Talmude da Babilônia, Tratado Nidah 30)

Os judeus saíram da Babilônia depois de muito sonharem com a vida que teriam em Sefarad, região que hoje chamamos de Península Ibérica. Chegando lá por volta de 70 d.C. ou antes, ainda  nos tempos do Rei Salomão, viveram na região  por aproximadamente 1500 anos e contribuíram grandemente para o seu  desenvolvimento. Sua presença pôde ser sentida nas grandes navegações: como cartógrafos e como sábios da Escola de Sagres. Foram os  financiadores das expedições de Cristovão Colombo (ele mesmo um marrano, suspeita-se)  e de Pedro Álvares Cabral.

Os judeus sefaradis esboçaram o que mais tarde se tornaria o sistema financeiro da Península Ibérica. Eram exímios ferreiros, profissão muito importante na época. Destacaram-se em várias atividades científicas:, náutica, astronomia, cosmografia, matemática, medicina. Cidades importantes da Espanha foram construídas pelos judeus: Toledo, Escalona, Noves,  Maqueda,  Yepes,  todos nomes  provenientes do hebraico.

A vida em  Sefarad   teve vários percalços:  decretos anti-semitas, leis de pureza de sangue,  proibição ao acesso de judeus  a cargos públicos, etc… Mas nada pôde se comparar à 1478 com a reinstalação da Inquisição na Espanha, solicitada ao Papa pelos reis Isabel de Castela e Fernando de Aragão, para combater os “infiéis”. Com o passar do tempo, tanto os reis da Espanha quanto a igreja católica descobriram que livrar-se dos ‘infiéis’ era muito lucrativo e o cruel sistema encontrado para encher seus  cofres  iniciava-se apurando denúncias de práticas judaizantes. Uma vez chamado para um interrogatório, o judeu e toda a sua família estavam em perigo e automaticamente na miséria. A possibilidade de voltar à vida normal era inexistente. Nos julgamentos, o advogado de defesa era escolhido pela própria igreja: alguém de sua confiança e experiente em direito canônico.

Para ajudar o réu a confessar seu crime de judaísmo, foram desenvolvidos inúmeros métodos e instrumentos de tortura, como a ‘virgem de Nuremberg’ construída na Alemanha. Em forma de  esquife,  em suas laterais foram adaptadas  lanças projetadas para penetrar a pele da vítima  sem perfurar órgãos vitais, o que garantia uma morte dolorosa e lenta. Foi elaborada para que se pudesse assistir ao judeu morrendo por vários dias, ouvindo seus gemidos de dor, sem que os espectadores precisassem olhar diretamente para ele. Havia também a tortura da água, onde a vítima era amarrada a uma cama e obrigada a responder ao interrogatório, tomando copos de água; tantos quantos seus órgãos internos agüentassem.

As torturas e os interrogatórios ocorriam privadamente em porões de prédios públicos e religiosos, mas o desfecho era um espetáculo para todos. Realizados na praça principal, os ‘Autos de Fé’ atraiam pessoas de várias cidades vizinhas  para assistirem aos judeus sendo queimados vivos nas fogueiras.

Em 1492 ao serem expulsos da Espanha, após amargarem vários anos de perseguição, discriminação e miséria, muitas famílias levaram consigo as chaves de casa, na esperança de um dia poder retornar.

Na Espanha, em Portugal ou no Brasil, a inquisição fez incontáveis vítimas; algumas ilustres, como o dramaturgo Antônio José da Silva, ‘o judeu’. Tempos depois de ter seus dedos esmagados em uma sessão de tortura, morreu queimado na fogueira na frente da mãe, da esposa e da filha pequena. Algumas famílias conseguiram fugir de Portugal e Espanha, estabelecendo-se em outros países como Holanda, Brasil, Estados Unidos. Outras, foram obrigadas a se converter à fé cristã, passando  a viver publicamente como católicas,  embora em seus corações continuassem a ser judias. Foram também obrigadas a trocar seus  sobrenomes por outros  já anteriormente  usados por cristãos velhos ou a criar  novos,  baseando-se em profissões, locais de origem, termos em hebraico, nomes de santos, etc…

Com a descoberta do Brasil, muitos acharam que estavam salvos e já na caravela de Pedro Álvares Cabral nota-se a presença de vários deles. A participação deste judeu português disfarçado de  cristão  na construção do Brasil   foi enorme: administração de capitanias hereditárias, engenhos de cana de açúcar, exportação de pau-brasil, inconfidência mineira, proclamação da república e muito mais. A sensação de segurança em terras tupiniquins durou pouco. Logo os inquisidores chegaram por aqui e os suspeitos de práticas judaizantes foram levados à Portugal. Algumas das famílias que conseguiram escapar com vida, mesmo depois de ter os sobrenomes judeus trocados por sobrenomes cristãos, mantiveram o judaísmo vivo e continuaram suas vidas como judeus.  Nem todos porém tiveram esta sorte.

Muitas famílias cristãs novas  foram aos poucos  deixando o judaísmo de lado, e colocando o cristianismo em suas vidas gradativamente.

O passado de judeus foi ficando para trás, o conhecimento a respeito das tradições, os porquês, as celebrações, ficaram cada vez mais distantes até restarem apenas alguns poucos costumes judaicos misturados ao  dia a dia. Apagar o passado judeu era a única forma de tentar sobreviver. Parte  destas famílias  transferiu  toda a sua religiosidade para a nova fé e alguns de seus  descendentes tornaram-se ironicamente  parte do clero, como Pe.José de Anchieta  e Pe.Bartolomeu de Gusmão, entre muitos outros. O jesuíta e catequista José de Anchieta, era filho de mãe cristã nova e sua  avó fora queimada nas fogueiras da inquisição.

Muitos dos sobrenomes utilizados pelos sefaradis quando da conversão forçada à fé cristã já existiam anteriormente e eram utilizados pelos cristãos velhos (pessoas que não possuíam nenhum antepassado judeu). Por este motivo, o sobrenome em si não encerra uma certeza de se possuir raízes judaicas. Há necessidade de se estudar a história da família, obtendo informações com os parentes mais idosos, descobrindo como era a vida em suas casas  na infância, buscando assim, indícios de costumes judaicos, entre os quais podemos citar:

Pessoas de mais idade falando em uma  língua muito parecida com o espanhol(no caso, o ladino); Parentes evitando igrejas católicas ou freqüentando apenas igrejas sem imagens;

Reuniões secretas ou  encontros onde só homens ou só os pais podiam ir; Grupo de oração secreto;  Proibição de  comer carne com sangue. Às vezes também retirava-se  os nervos, com uma faca especial para tal. Ovos com mancha de sangue eram jogados fora; Proibição de se comer carne de porco, por ser considerada impura; Proibição de cozinhar carne e leite juntos, ou necessidade de se esperar  um certo tempo entre a ingestão do leite e da carne;

Não há resposta imediata àqueles que buscam saber se possuem ou não antepassados judeus. É preciso inteirar-se da história  da própria família e da inquisição, e aos poucos  juntar as peças. A viagem é longa  e todo o trabalho é recompensado quando descobrimos nossa verdadeira origem e com ela a certeza de que nossa existência garante que o sofrimento dos antepassados judeus não foi em vão. O resgate destas raízes judaicas esquecidas torna-se então, imperativo.

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Dados sobre as famílias SEIXAS, LEMOS, FERREIRA, ALMEIDA)

SEIXAS:  Sobrenomes de famílias sefaradis de Londres, Nova Iorque, Jamaica, Rio de Janeiro, Brasil, Bragança, Alcacér do Sal, Guarda, Portugal.  Sobrenome de origem toponímica (localidade) com duas origens distintas: Seixas, Portugal e  Galícia (paróquia de Narla, Friol), Espanha, existente também nas variáveis: Sejas, Cejas, Aseixas, Aceixas, Azeixas. Após imigração à Portugal, adotou-se a grafia Seixas. Há vítimas dos tribunais inquisitoriais  com este sobrenome registrados nos documentos oficiais das Inquisições de  Lisboa e Coimbra.

DADOS  HISTÓRICOS INTERESSANTES: Os primeiros judeus a chegar  na América do Norte fugiram  do Recife em 1654. Eram 23 cristãos novos tentando sobreviver à  Inquisição em terras brasileiras.

Quando os portugueses  retomaram o nordeste dos holandeses, os cristãos novos voltaram a se encontrar em situação muito difícil. Um pequeno grupo de 23 deles saiu do Recife fugindo no navio Valk que logo foi capturado pelos espanhóis e levado à Jamaica.

Estavam prestes a arder em mais uma fogueira da inquisição quando foram libertados pelos franceses, chegando à Nova Amsterdam (hoje Nova Iorque) a bordo do Sainte Catherine.  Nova Iorque hoje conta com  mais de 3 milhões de judeus e a tradição levada pelos 23  cristãos novos ainda  é mantida na sinagoga que fundaram, Congregação Shearith Israel,  localizada em frente ao Central Park.

Ainda resiste também o primeiro cemitério judeu onde os lá enterrados possuem nomes   e sobrenomes que não deixam dúvidas de sua origem marrana/cristã nova: Pinto, Cardozo, Gomez, Fonseca, Burgos, Mendes,  Abraham Touro, Judah Touro, Aaron Lopez, Moses Levy, Moses Seixas, Jacob Rodrigues Rivera e Meyer Benjamin. Abraham Cardozo,  rabino da Comunidade Shearith Israel mantém viva as tradições dos antepassados: coleciona canções em ladino (dialeto falado pelos sefaradis). Seu  bisavô também rabino, pregava em português.

–  Da família Seixas que escapou  do Recife em 1654, muitos antepassados são lembrados até hoje nas orações da sinagoga Shearith, como Gershom Mendes Seixas (1745-1816), aliado de George Washington na Guerra da Independência e conhecido como ‘o primeiro rabino do Novo Mundo’, além de seu filho, Benjamim Mendes Seixas, fundador da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Ainda da família Seixas, destacaram-se na comunidade sefaradi de Nova Iorque:  Abrão Mendes Seixas (1751-1799): oficial no exército revolucionário de Washington;  Moisés Mendes Seixas (1744-1809): um dos organizadores do Banco de Rhode Island, percursor da atual Reserva Federal e presidente da sinagoga de Newport.

–   David Mendes Seixas, filho de  Gershom: fundador do Instituto de Surdos Mudos da Filadélfia, descobridor  de formas  eficiente de queimar carvão mineral.

Alguns membros da família Seixas eram  conhecidos negociantes, proprietários, transportadores e patrocinadores do comércio de escravos no começo da história de Nova Iorque, entre eles: Manuel Myers Seixas, Moses Seixas.

PERSONALIDADE  DE  DESTAQUE  DA  FAMÍLIA  SEIXAS  NA COMUNIDADE  JUDAICA  DE  NOVA  IORQUE:  Benjamin Nathan Cardozo foi o 2° judeu a chegar à juiz da Suprema Corte dos EUA. Nascido em Nova Iorque em 24.05.1870, filho de  Rebecca Washington Nathan e  sobrinho de  Emma Lazarus, autora do poema afixado na Estátua da Liberdade, ambas  nascidas cristãs novas em Portugal. Entre seus antepassados está Abraham Mendez Seixas, comerciante em Lisboa que fugiu da Inquisição num navio inglês,  escondido dentro de uma cesta de roupa suja. Dele, Benjamin Nathan Cardozo, descendeu pelo lado materno.

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FERREIRA: sobrenome de famílias  judias sefaradis de Amsterdan,  Curaçao, Suriname, Cidade do México, Rio de Janeiro, Ouro Preto, Mariana, Sabará, Serro do Frio, Minas Gerais, Brasil, Arraiolos, Azevo, Coimbra, Fundão, Lagoaça, Chacim, Pinhel, Bragança, Guarda, Porto, Portugal. Há incidência deste sobrenome entre os judeus já antes de 1492. Há registro de vítimas com este sobrenome nos documentos oficiais dos tribunais da Inquisição de Lisboa, Évora, Coimbra, México.

Entre os 250 sobrenomes de maior incidência entre os cristãos  novos, Ferreira encontra-se em 36° lugar e existe também nas variáveis: Errera, Ferreyra, Erera, Ereira, Ereyra, Fereira, Fereire, Ferera.

Nos ‘Registros do Campo de Concentração de Dachau’, página 1393/Fa., encontramos Antônio Ferreira, nascido em 22 de março de 1895 na cidade de Villa Real, residente em Limoges, chegando à Dachau em 28.08.1944 e libertado em 23 de janeiro de 1945. Prisioneiro n° 94042  na categoria de ‘prisioneiro português’.

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ALMEIDA: sobrenome encontrado  entre judeus sefaradis de Amsterdan, Hunt’s Bay, Kingston, Spanishtown, Jamaica, Hamburg, Trieste, Venezia, Nantes, Salonika, Ribeirão do Carmo, Bahia, Tibiri, Ouro Preto,  Rio de Janeiro, São Paulo, Braga, Chaves, Coimbra, Almendra, Vila Nova de Fozcoa, Porto, Bragança, Mogadouro, Vila da Mocha, Almeida, Agrochão, Guarda, Sabugal, Lisboa, Portugal, Equador.

Sobrenome toponímico, originário da localidade de Almeida em Portugal. A palavra ‘ALMEIDA’ vem do árabe ‘al meida’ que significa ‘a mesa’ ou ‘campo amplo e plano’. Os documentos oficiais dos tribunais das inquisições de Lisboa, Toledo, Coimbra e México  registram vítimas com este sobrenome.

Entre os 250 sobrenomes de maior incidência  entre os conversos, ALMEIDA encontra-se em  129° lugar.

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LEMOS: sobrenome toponímico com origem na cidade de  Monforte de Lemos na Espanha.  Os tribunais das  inquisições de  Lisboa, Madri e Évora registram vítimas com este sobrenome. Estão documentadas famílias sefaradis com este sobrenome em Amsterdan, Londres, Altona, Hamburg, Brasil, Elvas, Portugal.

Pesquisa da origem histórica dos sobrenomes sefaradis, inquisição, identificação da presença de judeus sefaradis entre vítimas/sobreviventes do holocausto  por: Patricia Caldeira de Almeida, pati_caldeira@yahoo.com.br  [1]

II. Os Bnei Anussim e As Comunidades Judaicas (ponto de vista ortodoxo) – Muitos nos dias de hoje, e principalmente (e talvez quase que exclusivamente no Brasil) se deparam na internet com sites que levam consigo a “bandeira” Bnei Anussim… Dentre estes encontramos grupos que se intitulam “comunidades judaicas”, alem é claro de usarem para isso termos como “kasher”, “sefardita”, “sefaradi”, “Inquisição”, “marranos” e demais termos provenientes do hebraico ou de denominações históricas que cercam a saga judaica no referente à Inquisição ou ainda de conteúdo religioso…

Menções á Sábios Judeus, a famosas comunidades, são algo que não faltam nestes. Porem algo que se demonstra cada vez mais claro é falta de informações que confiram a tais instituições e comunidades tal idoneidade. Sempre mencionam seus “rabinos”, dizem ter estes estudados em diversas Ieshivot, sendo algumas conhecidas, porem nunca fazem citações a que Rabanut estes pertencem (notem também o fato que ter estudado em uma Yeshivá não confere automaticamente a Semichá, que é o titulo de Rav).

Essas e demais incongruências se fazem presentes nestes grupos, alem é claro de definitivamente, ir contra a uma das principais características judaicas, pois pregam o proselitismo. Convidamos a você, leitor, a adentrar em um breve estudo sobre a real situação e sobre a verdade referente a este assunto.

O que significa “Bnei Anussim”? Em hebraico significa literalmente “filhos dos forçados”, termo que designa os descendentes dos judeus que na época da Inquisição foram obrigados a se converter ao cristianismo se não seriam mortos.

O que define um judeu? O que define um judeu? O ventre judaico, ou a conversão segundo a Halachá (Lei Judaica), ou seja, pela ortodoxia.

Os “Bnei Anussim” são judeus? Não. Mas para entender este ponto deve-se ver os seguintes fatores:

•Os judeus espanhóis e portugueses que “se faziam” de cristãos, e seus descendentes (judeus não assimilados), para seguir com sua real Fé, logo fugiam para países onde pudessem viver normalmente e abertamente como judeus, a exemplo temos a famosa Sinagoga de Amsterdã.

•Muitos fugiram sim para o Brasil, como historicamente é provado, e a princípio se fixaram em Recife. Porem quando a Inquisição fora instaurada aqui, a comunidade logo saiu de Recife, parte indo para Amsterdã, a maioria, como no caso do Rav desta, e outros, para Nova York, formando a primeira comunidade judaica dos Estados Unidos, existente até hoje e muito respeitada (e claro ortodoxa).

•Os que ficaram no Brasil se assimilaram entre os cristãos, aceitando sobre si esta mesma crença. Casamentos mistos eram realizados, observavam os costumes destes… Claro que é possível haver exceções, porem estas de maneira alguma são possíveis de se comprovar hoje em dia, sendo que se fosse existente a possibilidade deveria ser feita uma melhor confirmação por um Beit Din (Tribunal Judaico), ver caso dos Falachás.

É claro e até mesmo óbvio que alguns iriam preservar determinados costumes judaicos, porem também é claro e óbvio que isso não faz de seus descendentes judeus.

Os “Bnei Anussim” tem o dever de se converterem? Como se faz conhecido o judaísmo não é uma religião proselitista, e por tanto não existe nenhuma obrigação quanto a esta. A eles tanto quanto a qualquer outro não judeu existe a possibilidade da conversão, porem e somente, de forma ortodoxa. E aqui se deve lembrar que não existe “Conversão válida ao judaísmo no Brasil”, somente é possível o estudo e preparação para esta por meios ortodoxos.

Caso um Ben (ou Bat) Anus não queira se converter ele esta fazendo algo de errado? De maneira alguma, como apontamos na questão anterior. Sob este recai as 7 Leis de Noach, o Código Noahide. E como qualquer outro não judeu (sendo que este também é um não judeu) que observa este Código é considerado como Maimônides descreve sendo: Chassidei Umot HaOlam ( Justos dentre as Nações), e é merecedor do Olam HaBá (Mundo Vindouro).

Existe algum vinculo destas falsas “comunidades” com os judeus Sefaradim?  De maneira alguma. Os judeus sefaradim são todos aqueles judeus oriundos de paises como Portugal, Espanha, norte da África (Marrocos, Tunísia, Egito…) e Oriente Médio (Iraque, Líbano, Síria…). Estes por sua vez são judeus ortodoxos, e de maneira alguma incentivam instituições pseudo-judaicas como estas, ou se quer vinculam seu nome a estas.

Existe alguma Instituição séria e reconhecida referente aos “Bnei Anussim”?  Sim, porem estas devem ser reconhecida pela Rabanut HaRashit em Israel como a Shavei Israel, ou por outra Rabanut Ortodoxa. Porem caso haja alguma dúvida sobre este aspecto se deve contatar um Rav ortodoxo.

Como reagir com estes “grupos pseudo-judaicos”?  Simplesmente não aceite ou concorde com estes, e avise a conhecidos que estejam se envolvendo com estes sobre os seus perigos e falsidades. Conte a estes também sobre a visão judaica sobre a conversão e as 7 Leis de Noach, o Código Noahide.

Conclusões deste pequeno e breve estudo:

•Confira as fontes dos sites que você entra dos livros, citações, caso necessário procure um Rabino ortodoxo se houver alguma dúvida.

•Procure uma autoridade ortodoxa se necessário, caso tenha dúvidas em relação a alguma possível instituição.

•Desconfie de sites “judaicos” que realizam proselitismo.

•Todos podem falar que estudaram ou não em algum lugar, peça comprovação desta afirmação, por parte de alguma fonte ortodoxa.

Esperamos que este artigo acrescente em sabedoria para aqueles que desconheciam este assunto e relembre aos que já conhecem. [2]

III. A Halakhá dos Anussim – … Para não deixar nenhuma dúvida, a halakhá (Lei Judaica) menciona especificamente os Anussim e seus descendentes. Isto é, os judeus que foram forçados a deixar sua religião, e os seus descendentes que cresceram criados de outra maneira. Afinal, Israel não teve que lidar com isso apenas na Inquisição. Muito pelo contrário, há milênios que o povo judeu sofre com esse tipo de situação, e o Sanhedrin já deixou instruções sobre como proceder. Assim sendo, não cabe a ninguém contestar.

“Quanto aos filhos desses que se desviaram e os filhos de seus filhos que foram dispersos pelos pais, tendo nascido em heresias, e educados em suas visões [religiosas]: São como bebês tomados cativos e criadas nas leis dos gentios. Seu status é de um Anuss [forçado], que, caso ouça posteriormente que ele é judeu, encontre judeus e os observe praticarem suas leis, ainda assim é considerado um Anuss [forçado], uma vez

que foi criado no caminho errôneo dos seus pais. Isso se refere aos que foram levados [ao erro] por seus pais, e aos que se perderam. Portanto, deve-se fazer esforço para trazê-los de volta em teshuvá, e aproximar-se deles por meio de relações amistosas, para que eles retornem à fonte fortalecedora, isto é, à

Torá. E que nenhum homem se apresse em condená-los.” (Mishnê Torá – Sefer Shofetim – Hilkhot Mamrim 3:3b).

A halakhá não poderia ser mais clara. Os Anussim, e seus descendentes, são judeus. Não importa se por vinte gerações seus pais praticaram idolatria ou mantiveram preceitos de outras religiões. Vale ressaltar ainda que desobedecer a uma halakhá da Corte Mosaica, e desencaminhar judeus legítimos (o que inclui prosélitos) da Torá são pecados graves. Especialmente se alguém sabe o que está fazendo e tem consciência da halakhá….[3]

Fontes:

[1] Fontes de Pesquisa:http://epoca.globo.com/especiais/500anos/esp990823.htm. Reportagem de Jorge Pontual, Nova Iorque, para revista  Época. http://www.uniblog.com.br/fisba/441842/%E2%80%98o-homem-dorme-aqui-e-ve-seu-sonho-na-espanha.html

[2] Coisas Judaicas: http://www.coisasjudaicas.com/2011/02/bnei-anussim.html

[3] http://www.kol-hatorah.org/pdfs/anussimhalakha.pdf Coordenador: Saul S. Gefter

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