Francisco Maldonado da Silva ou Eliahu Hanazir (San Miguel de Tucumán 1592 – Lima 1639) foi um médico que passou a vida entre a atual Argentina, Chile e Peru. De nova condição cristã, ele foi acusado de ser um judaizante e um herege pela Inquisição, condenado e executado na fogueira.
Ele veio de uma família marrana portuguesa (isto é, novos cristãos de origem judaoconversa que mantiveram o judaísmo em segredo). Tanto seu pai, Diego Nuñez da Silva, também médico, quanto seu irmão mais velho, Diego Maldonado da Silva, foram levados perante o tribunal da Inquisição por suas práticas cripto-judaicas.
Durante o julgamento, ele surpreendeu os inquisidores com sua erudição judaica, recitando capítulos inteiros da Torá e dos Salmos de cor. Ele escreveu um caderno com suas idéias sobre o judaísmo em um papel que ele fez com folhas secas de milho. Parte disso foi contrabandeada para Amsterdã por outros prisioneiros. Ele foi circuncidado na prisão da Inquisição.
Ele foi submetido a intensa tortura, sem conseguir sua abjuração. Ele foi condenado a ser queimado vivo na fogueira, uma sentença que foi executada junto com outras nove condenadas em um carro de fé que ocorreu em Lima em 23 de janeiro de 1639.